Poiesis Urbana

25.11.05

Como as enchentes no ancestral Rio Nilo. Roi Caamaño Santiso fugiu da trilha estabelecida e transbordou de si mesmo. Inundou em nós a amizade, a alegria de viver, o sorriso tímido e sincero, a força do amor verdadeiro. Quando a água retorna ao leito, o terreno encharcado se torna fértil. Por toda a vida, colheremos os frutos desta existência.

Verdadeira tormenta. A morte arrebatou o que parecia firme. Deixou os marinheiros com mastro partido em pleno vendaval de uma noite sem lua. A água molhou nossas mãos, nossas faces, inundou por dentro. Jorrava nos olhos dos pais e irmãos — da família que também era dele.

Como uma onda vinda de além-mar. Roi trouxe a verdade de uma Galícia que apenas imaginamos e o concreto carinho pelo próximo. A água cresceu, espalhou-se entre nós e voltou para o mar de infinito azul, levando um pedaço de nós e deixando muito de si.

De Antônio Patrício, Ruth, Patrício Filho, Daniele, Rafaela, Dimitri, Lúcia e todos da família de Ana Luísa Pimentel Borba