MEU SANGUE
Ela não foi buscar-me no colégio
chorei por toda a noite no portão
já bem perto das onze aparecia
estranha entre a tristeza e a escuridão
ela falava só dentro do ônibus
sua veia avermelhava o corredor
o grito a bofetada o descontrole
e o frio bem maior que o cobertor
meu pai o perfumista silencioso
o Alcântara o Dom Pedro, o Vera cruz
o azeite o bacalhau o vinho do Porto
e a filha louca de Madam’Brandão
de pai ausente e mãe sempre doente
a força de escrever me equilibrou
e a ti devo, poesia, estar vivendo
de empréstimo da dor que não passou
Lucila Nogueira
chorei por toda a noite no portão
já bem perto das onze aparecia
estranha entre a tristeza e a escuridão
ela falava só dentro do ônibus
sua veia avermelhava o corredor
o grito a bofetada o descontrole
e o frio bem maior que o cobertor
meu pai o perfumista silencioso
o Alcântara o Dom Pedro, o Vera cruz
o azeite o bacalhau o vinho do Porto
e a filha louca de Madam’Brandão
de pai ausente e mãe sempre doente
a força de escrever me equilibrou
e a ti devo, poesia, estar vivendo
de empréstimo da dor que não passou
Lucila Nogueira
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