Poiesis Urbana

21.8.04

O Sol surge sobre a ponte Derrama amarelo no lilás do céu A noite ainda se despede do dia Uma leve brisa varre a atmosfera As águas do rio apenas circulam Indecisas, as marolas não sabem se vão ou se vêm, apenas carregam em sua superfície um tosco reflexo do que se passa acima O persistente pescador, em sua canoa, tenta provar que o progresso ainda não matou a natureza Mas os esgotos e as garrafas plásticas estão convencidos do contrário - Recife, tuas pontes foram feitas para serem cantadas, não canteiros Cochicha-me um solitário pássaro branco pousado por cima de um pneu enlamaçado